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STARTUPS: jeito inovador de empreender, mas com dificuldades no caminho

STARTUPS: jeito inovador de empreender, mas com dificuldades no caminho

Diante de uma sociedade cada vez mais exigente, sedenta por novidades que facilitem o dia-a-dia, vem crescendo o número de startups que nascem de uma ideia inovadora, ligadas à tecnologia ou não, que despejam no mercado uma gama de produtos e serviços. Se engana, no entanto, quem pensa que é fácil abrir e, principalmente, manter uma empresa desse tipo. Nove em cada dez startups ‘quebram’, de acordo com Guilherme Junqueira, diretor executivo da Associação Brasileira de Startups (AB Startups). É preciso diminuir a taxa de mortalidade dessas empresas em estágio inicial. Tentar crescer prematuramente é o maior motivo do fechamento, como comprovou pesquisa do Startup Genome, projeto da aceleradora americana Blackbox.

  “Entre as dificuldades mais comuns, estão a falta de conhecimento sobre o mercado de atuação; a falta de identidade da marca – um diferencial; a falta de planejamento; e a falta de controle financeiro, consequência de uma gestão desorganizada. Por isso a importância do apoio de profissionais experientes, para que, desde a concepção do projeto, todos os pontos sejam bem avaliados”, afirma Priscila Spadinger, Executiva de Negócios da B2L Investimentos, especialista em startups.

O perfil mais comum nesses novos negócios é o de empreendedores sem medo de arriscar, com pouco dinheiro e muitos sonhos. No Brasil, existem mais de 10 mil empresas com esse perfil e, segundo dados da Anjos do Brasil – associação que reúne investidores – , entre junho de 2012 a julho de 2013, o investimento destinado a startups cresceu 25% no Brasil, somando 619 milhões de reais.

Apesar do crescimento nos investimentos, os desafios são grandes. O primeiro deles é a necessidade de ter gestores bem preparados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49% das empresas fecham as portas por problemas financeiros de gestão. O investimento, com pouco ou muito dinheiro, precisa ser bem alocado e planejado.

E nesse tipo de negócio, uma forma ainda comum de financiamento é a dívida, seja pessoal ou corporativa, que causa uma alta mortalidade de negócios. Um meio mais seguro e ainda não muito conhecido de financiamento são os fundos de investimentos.

“Existem muitos recursos financeiros provenientes de fundos de investimentos, de empresários de outros setores, que querem diversificar o portfólio. O que falta são bons projetos. O segmento de investidores se profissionalizou no Brasil mais rápido que as startups. O resultado prático é que, as vezes, um projeto mediano recebe investimentos e outros que poderiam ser grandes casos de sucesso, por não fazerem a lição de casa, não tem poder de atração”, explica Rodrigo Bertozzi, CEO da B2L Investimentos.

Problemas também ocorrem pela falta de pesquisa e conhecimento do setor onde se está investindo. Muitas empresas superestimam o potencial de mercado de seu produto ou serviço e não realizam testes com os consumidores antes de iniciar o empreendimento. Outra grande dificuldade enfrentada, principalmente na área de negócios digitais, é a novidade deste ciclo econômico em um cenário onde reformas estruturais ainda não foram feitas. A falta de reformas políticas, fiscais e previdenciárias afeta a competitividade. A concorrência também é um ponto a ser analisado. Hoje um produto é lançado e rapidamente aparece um similar concorrente.  Porém, é possível tirar proveito disso. Firmar parcerias com empresas maiores pode facilitar o crescimento e aprimorar os serviços oferecidos.

Diante das dúvidas e dificuldades, o que vem atraindo recém-empreendedores são as aceleradoras de startup. Nos moldes de uma consultoria, elas oferecem um pacote completo para empresas iniciantes com escritório, sessões de aconselhamento com profissionais gabaritados (mentores), palestras e um investimento pequeno em troca da parceria no negócio. Desde 2011, 39 aceleradoras foram criadas no País, segundo a AB Startups. Desse total, cerca de 25% abriram as portas no último ano.

“Temos que ver a meta do investidor e a meta do empreendedor. Mesmo que haja critérios diferentes de cada investidor para decidir pelo negócio, eles buscam sempre negócios repetíveis, escaláveis, com mercado bem definido e diferencial competitivo. Assim, um ponto que o empreendedor deve estar atento é o perfil do investidor que ele precisa para alavancar seu negócio. Nem sempre o dinheiro resolve, mas sim um mentor que o ajude a direcionar sua ideia”, comenta a consultora Priscila Spadinger.

Fonte: CanalTech