Pela terceira vez, a pequena Santa Rita do Sapucaí, cidade sul mineira próxima à capital paulista, reúne a comunidade inovadora da América Latina para celebrar o novo, conhecer práticas de inovação de empresas disruptivas, além de ter contato com as startups que serão estrelas em breve. Com uma programação densa e variada, o Hack Town 2017 vai cobrir inúmeros temas, tais como o impacto das novas tecnologias no marketing e nos negócios; tendências comportamentais que ditarão as transformações nos próximos anos; ferramentas de crescimento exponencial para startups; práticas para inovação pessoal; estratégias para artistas independentes; empreendedorismo científico; criação de experiências inovadoras em festivais de música; computação afetiva; usabilidade para internet das coisas; empreendedorismo em games; a quarta onda do café; além da revolução gerada pelo Blockchain e pela Inteligência Artificial, os temas da vez. A programação parcial e os ingressos, que são limitados, estão disponíveis no site do evento (www.hacktown.com.br).
O Hack Town acontece no feriado prolongado de 07 a 10 de setembro, com palestras, workshops, debates, showcases, mentorias, apresentações de startups a investidores, exposições, entre outras atividades, em uma convergência entre o mundo da tecnologia, do marketing, do design, do empreendedorismo, dos negócios, da cultura e do entretenimento. Serão mais de 250 atividades oficiais espalhadas pelo centro da cidade, conhecida como Vale da Eletrônica. Com apenas 40 mil habitantes, Santa Rita do Sapucaí é um inusitado polo empreendedor em tecnologia, com uma concentração de empresas do ramo que supera qualquer outra cidade da América Latina: quatro empreendimentos de base tecnológica para cada mil habitantes. Tudo isso em um ambiente de simplicidade e arquitetura típica do interior de Minas Gerais.
Segundo Ralph Peticov, um dos idealizadores do Hack Town, o festival é reflexo da cultura singular e da história incomum de Santa Rita do Sapucaí. A vocação para a tecnologia foi inspirada pelo encontro, na década de 1950, entre Albert Einstein e a santa-ritense Luzia Rennó Moreira, que levou a sério a sugestão do físico de que o futuro da humanidade seria guiado pela Eletrônica. Luzia retornou à sua terra natal e criou a primeira Escola Técnica de Eletrônica da América Latina. Em seguida, nasceu uma das instituições de ensino superior de maior reconhecimento mundial na área de tecnologia, o Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), além de outras escolas do gênero que ajudam a compor o polo. Hoje, são mais de 160 empresas de tecnologia, entre startups e indústrias, com um faturamento de mais de três bilhões de Reais em 2016, segundo dados do Sindicato das Indústrias do Vale da Eletrônica (Sindvel). A força é tamanha, que o montante é o dobro do que faturou no mesmo ano o Porto Digital, de Recife, um dos ecossistemas tecnológicos mais conceituados do país. Peticov também lembra que, mais recentemente, um coletivo intitulado Cidade Criativa, Cidade Feliz vem ajudando a cidade a se tornar um polo de economia criativa, trabalhando na diversificação da economia sem perder o DNA de inovação. “O Hack Town não foi simplesmente colocado em Santa Rita, mas acabou nascendo naturalmente como efeito dos inúmeros movimentos já existentes na cidade”, completa.
“O Hack Town é uma plataforma para empoderar profissionais e empresas inovadoras para que se conectem a novas ideias e pessoas e alcancem seus objetivos”, destaca Carlos Henrique Vilela, também idealizador do Hack Town. Para Vilela, quem é de um setor específico pode aprender muito mais ao frequentar atividades de áreas diferentes da sua. “Alguém do mercado de agências de publicidade, por exemplo, deveria assistir apresentações de quem empreende em saúde ou segurança da informação. Quem é de tecnologia deveria ser aventurar em palestras sobre o mercado da música, que passou por transformações agressivas nas últimas décadas. O Hack Town existe para conectar mundos e possibilitar ideias novas”. E complementa: “A inovação nasce das conexões, daquilo que não é óbvio”.
Vilela também conta que o evento, inspirado pelo norte-americano SXSW, não tem pretensões de ser o maior do gênero no país, assim como a própria cidade, que mantem suas características interioranas e de município pequeno mesmo com o desenvolvimento do polo tecnológico. “Nosso foco é sempre na qualidade da experiência. Este ano serão cerca de 2.500 pessoas, mesmo sabendo que poderíamos ter, tranquilamente, o dobro de público”, conclui.
O Hack Town 2017 acontece no feriado prolongado de 07 a 10 de setembro em Santa Rita do Sapucaí, MG (220 km de São Paulo). A programação parcial e os ingressos estão disponíveis no site (www.hacktown.com.br).
Fonte: exame