Com robustos investimentos governamentais, as quatro universidades da Saxônia estão formando um “hub” tecnológico que atrai estudantes do mundo todo.
As universidades alemãs são reconhecidas como algumas das melhores do mundo – tanto por rankings internacionais como pelo número de reconhecimentos conferidos a pesquisas realizadas por lá. Infelizmente, os 45 anos de separação entre Leste e Oeste pelos quais passou o país deixou a impressão de que as universidades na antiga Alemanha Oriental eram piores do que seus pares ocidentais – o que não é verdade.
Robustos investimentos do governo federal e de governos estaduais renovaram as universidades do Leste, permitindo-lhes recuperar status e renome na hierarquia das universidades alemãs. Ao ponto de, hoje, o território da Saxônia – tradicionalmente relacionado às indústrias pesadas – estar renascendo como o hub tecnológico “Silicon Saxony”.
O sistema de universidades da Saxônia contém quatro instituições: a Universidade de Leipzig, a Universidade Técnica de Dresden, aUniversidade Freiberg de Minas e Tecnologiae a Universidade de Chemnitz. Estão na região tanto a segunda mais antiga universidade da Alemanha (Leipzig) como a alma mater do famoso Alexander von Humboldt (TU Bergakademie Freiberg).
Mas não só de tradição vivem as universidades saxãs: A TU Dresden, uma das mais antigas universidades técnicas da Alemanha, tem o título de “Universidade de Excelência”, recebendo milhões de um fundo especial devido ao seu status de “universidade de elite”. A Universidade de Leipzig é atualmente a 311ª no ranking QS de melhores instituições do mundo – sendo referência internacional em linguística e em diversas outras disciplinas de humanas.
Todas as universidades da “Saxônia do Silício” também aumentaram seus esforços na atração de estudantes internacionais, ao adicionar programas de mestrado em inglês, especialmente nas áreas de ciências. E, apesar destes novos programas, a vida de estudante continua sendo o maior atrativo para estudantes internacionais: Leipzig e Dresden são duas das mais vibrantes cidades da Europa e oferecem um custo de vida bem mais barato que em outras partes do país.
Para aqueles que, após os estudos, desejam ter uma experiência profissional no país, a Saxônia também possui uma das economias mais ricas de todo o leste. Dresden, por exemplo, está muito próxima da indústria de microeletrônicos da região.
A capital da Saxônia se manteve firme, mesmo durante os períodos mais economicamente difíceis que se seguiram à unificação do país – e suas universidades são uma das principais razões para isso. Grandes empresas produtoras de chips, como a AMD e a Infineon, estabeleceram fábricas na região, e todas trabalham em próxima colaboração com as universidades locais. A cidade também é sede da Glass Factory, da Volkswagen, e de uma série de montadoras automotivas – além de ser um importante pólo artístico para dança, artes visuais e música.
Não se pode negar que a Saxônia ainda sofre de muitos dos problemas estruturais, comuns aos estados ao leste da Alemanha. Apesar destes, porém, as últimas décadas foram de investimentos e priorização da melhoria do sistema de ensino superior da região – garantindo que o estado continue a oferecer educação superior gratuita e de ponta.
Fonte: epocanegocios.globo