A cada segundo, um imenso volume de dados públicos é gerado e armazenado no mundo inteiro. Essa quantidade aumenta a todo momento. Empresas como bancos, companhias aéreas, operadoras telefônicas, redes varejistas e órgãos públicos geram milhões de dados diariamente. Quando essas informações são armazenadas, analisadas e sistematizadas para a geração de resultados, entra em cena um termo relativamente recente, mas que tem ganhado cada vez mais espaço entre as empresas: o big data.
Criada em Florianópolis em 2002, a empresa Neoway é única no segmento no país de “inteligência de mercado”, nicho que tem como base o big data e sua aplicação na prática. Desde 2009, a empresa trabalha no constante aprimoramento de seus softwares e base de dados para proporcionar aos mais de 500 clientes uma forma de desbravar novos mercados.
Na essência, a companhia que contrata o software da Neoway vai acessar uma gigantesca base de dados sistematizada para buscar novos clientes e aumentar suas vendas. “O big data é uma base de dados enorme de informações, alimentado por diversos sistemas, como manualmente, pela internet das coisas, pelas redes sociais, etc. A plataforma de big data permite que você acesse essas informações em alta velocidade e de forma fácil”, explica o CEO da Neoway, Jaime de Paula, 55.
Um exemplo é o caso da catarinense Portobello, que foi a primeira a contratar a Neoway em 2009, para ajudar a encontrar obras em todo o país que teriam o potencial de consumir cerâmica. “Isso é um volume muito grande, pois monitora-se as obras de todos os arquitetos e engenheiros de todo o país. Você coleta essas informações e aplica filtros, como as obras residenciais e de infraestrutura, que não vão consumir cerâmica. O nível de descoberta da Portobello chegou a 10 vezes mais de informação do que eles já conheciam”, ressalta Jaime.
Expansão internacional desde 2002
Quando a Neoway foi criada, em 2002, o termo big data nem existia. Hoje, é um conceito essencial no mundo dos negócios. A plataforma criada pela empresa pode, por exemplo, mapear o número total de empresas existentes em Santa Catarina ou em Florianópolis, quantas e quais abriram neste ano e quais fecharam.
“Assim é possível saber se um mercado está crescendo ou diminuindo, por exemplo. O mundo está cheio de dados, mas falta conhecimento. Você tem que conseguir filtrar essas informações para extrair o conhecimento relevante para um negócio”, demonstra Jaime de Paula.
A tecnologia criada em Florianópolis começou a ganhar o mundo no ano passado. Com sede na Capital e escritório em São Paulo, agora a empresa possui unidades em Nova Iorque e Palo Alto (no Vale do Silício, Califórnia). No Brasil, a empresa atende 12 segmentos, como bancos, seguradoras, empresas de óleo e gás, telefonia e informática. Agora, quer buscar o mercado financeiro norte-americano.
“Começamos com cinco pessoas e hoje temos 300, sendo que 200 são engenheiros de softwares. Não temos concorrente hoje no Brasil e nem em alguns nichos dos Estados Unidos”, afirma Jaime. Em meio a crise do país, ano passado a Neoway cresceu 55% e, para este ano, prevê manter 50% de crescimento.
Florianópolis sedia evento de big data
Outra possibilidade que a plataforma de big data gera é uma ferramenta de prevenção. É possível que um investidor, antes de acertar um contrato, por exemplo, possa querer identificar todas as pessoas expostas politicamente ou aquelas que estão inadimplentes no banco. O ideal é que cada empresa cruze seus dados existentes com essa enorme base de dados disponibilizada.
“As empresas estão descobrindo que às vezes estão sentadas numa mina de ouro, que são os dados que elas têm. E essas empresas têm muito mais poder quando juntam esses dados primários e agregam com os dados públicos de mercado”, afirma Jaime.
Nesta sexta, Florianópolis sedia o primeiro Data Driven Brasil, maior evento de big data do país, organizado pela Neoway. O encontro apresentará referências mundiais, grandes líderes empresariais e cases de grandes empresas que lideraram a transformação pelo uso do big data.
Entre os palestrantes está Walter Longo (presidente do Grupo Abril), Plinio Nastari (presidente da Datagro, inteligência Agro), Euler Barbosa (do Grupo Recovery) e Gustavo Loyola (ex-presidente do BC).
Sobre a Neoway
- Fundada em 2002, a Neoway tem sede em Florianópolis, filiais em São Paulo e Nova York e se prepara para abrir escritórios no México e Colômbia, ainda em 2017.
- É parceira da Endeavor desde 2013 e recebeu investimentos da Accel Partners, Monashees e Endeavor Catalist, em 2014.
- Seu fundador e CEO, Jaime de Paula, é formado em engenharia elétrica e doutor em engenharia de produção na área de mídia e conhecimento, pela UFSC.
- Em 2016, a Neoway foi a primeira empresa da América Latina apontada pelo Gartner como Cool Vendor 2016 de Plataformas como Serviço e conquistou o Prêmio Lide de Empreendedorismo 2016 na categoria Empresa Empreendedora de Tecnologia.
- Também foi premiada pela consultoria Great Place to Work como uma das Melhores Empresas para Trabalhar em Santa Catarina, e na categoria nacional ganhou o prêmio entre as Melhores Empresas de Tecnologia do Brasil para se Trabalhar.
Fonte: ndonline.