O Brasil se mantém entre os quatro maiores produtores de veículos no mundo, o que corresponde a 20% do seu Produto Interno Bruto (PIB) e as tecnologias automotivas estão evoluindo rapidamente para atender ao mercado. As montadoras passaram a perceber oportunidades de inovação visando o cenário atual e futuro no mercado de automóveis.
Atualmente, observa-se redução nas vendas de veículos zero quilômetros. Os seminovos (de até 3 anos rodados), no entanto, tiveram aumento em suas vendas. No Workshop Planejamento Automotivo 2017 foi apresentado que o patamar mínimo de vendas esperado por especialistas desse mercado já foi atingido e que há uma tendência de crescimento lento e gradual nos anos seguintes até voltar ao pico dos anos passados entre 2023 e 2025. A previsão é de que quando o cenário da crise reagir, serão vistos reflexos positivos nas vendas de veículos.
O cenário não desanima: a frota de veículos no Brasil segue crescendo. Houve também aumento da idade média dos veículos e da procura por serviços de reparo Um dado interessante é que o avanço das tecnologias reduziu a frequência média de manutenção, exigindo mais dos empreendedores para atrair e manter clientes.
Como as empresas têm se adaptado à crise?
O conhecimento dos consumidores é também um fator muito importante para o mercado de automóveis. Com os mecanismos de busca online, os consumidores têm acesso a uma variedade de informações facilmente. As lojas onde os atendentes estão bem informados tendem a obter melhores resultados no mercado atual.
A Texaco, do grupo Chevron e empresa multinacional que atua no ramo, é uma das que acreditam que a informação é importante dos dois lados do balcão. O especialista da Texaco, Delton Stabelini, conta que uma inovação criada nessa área pela Texaco é o aplicativo “Troca de óleo Havoline”, que permite saber rapidamente qual o óleo adequado de acordo com a montadora, o modelo, a linha e o motor do veículo. O App detalha o produto adequado ao automóvel, notifica o momento de trocar o óleo por quilometragem percorrida e indica os locais no entorno para a troca. O “Troca de óleo Havoline” está disponível paraAndroid e iOS maioria das empresas de reparo veicular está concentrada nos grandes centros comerciais, principalmente no sudeste e nas capitais dos Estados. Porém, as vendas cresceram mais fora dos grandes centros, onde foram implantados novos empreendimentos automobilísticos.
A dica é diversificar
Atualmente, as empresas que diversificam sua atuação têm atraído mais clientes e aumentado seus rendimentos. É importante alinhar o planejamento com a legislaçãos, principalmente porque muitas empresas de reparo de automóveis são registradas como microempreendimentos individuais (MEI). E a prestação de novos serviços podem extrapolar os limites da categoria escolhida no registro. Nesse caso, a evolução para microempresa tem requisitos que permitem o desenvolvimento do negócio.
Olhar para o futuro: uma tarefa essencial
Ainda há a crescente preocupação dos consumidores com as questões ecológicas e as certificações e regulamentações ambientais para os veículos, como de emissões, produção, logística e oportunidades de reciclagem de sucatas e pneus (yp-cycling). Segundo Delton Stabelini, da Texaco , um reflexo no mercado foi a liderança de vendas dos carros flex (biocombustível) sobre os veículos a diesel até 2014, além da presença significativa de veículos a GNV principalmente no Rio de Janeiro. Os automóveis elétricos seguem crescendo lentamente, enquanto os movidos a gasolina ou álcool estão perdendo espaço.
Outro dado é que há maior busca por veículos novos de fabricantes menos tradicionais, com inovações tecnológicas, principalmente SUVs compactos e picapes. Para as próximas décadas é esperado que a indústria automotiva tenha como diretriz tecnológica a eficiência energética, com propulsão e energia alternativas, considerando parâmetros de sustentabilidade (ecológica, econômica e social) em toda a cadeia produtiva e de negócios automotivos.
Outra inovação que vai aparecer no mercado brasileiro são os veículos sem condutores, volante ou pedais. Esses são os carros autônomos (driverless car), que estão em testes por empresas como a Google, que pretende reduzir acidentes e engarrafamentos com a automatização dos trajetos. Essa tecnologia engloba leitura 3D do entorno do veículo com lasers, câmeras, radares, GPS, sensores ultrassônicos sincronizados, dispositivos internos para o posicionamento, programa integrado que também considera condições dos trechos da estrada e o comportamento de pedestres, ciclistas e motoristas.
A mobilidade inteligente será cada vez mais possível com os carros autônomos e está atrelada à convergência tecnológica, como os sistemas da Google (Android Auto) e da Apple (Car Play) e os aplicativos Smile Drive, que integra redes sociais, e Carro 100%, que indica quando é necessário realizar manutenções preventivas.
Essas tecnologias vão exigir adaptação das empresas do setor automobilístico, especialmente das que realizam serviços de reparo e dos trabalhadores que deverão ser capacitados.
Fonte: exame